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Situação internacional[]

O mundo de pós-guerra caracteriza-se, do ponto de vista da política internacional, pela situação de Guerra Fria (1947-1989) entre as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial, a corrida armamentista, assim como também pelo desenvolvimento dos movimentos de descolonização e as guerras de libertação nacional na periferia do capitalismo. Estes movimentos são movimentos policlassistas, com participação de setores populares. Exemplo desta últimas guerras são: a Guerra da Coréia (1950-1953), a Guerra da Argélia (1954-62), e a Guerra do Vietnã (1965-1975). Temos ainda o crescimento do socialismo e a constituição do sistema socialista. Exemplo do avanço do socialismo foi a Revolução Chinessa (1949). No desenvolvimento desta revolução, aconteceu a Revolução Cultural Chinesa (1966-1976) que teve grande impacto entre a juventude e os intelectuais. Entretanto também aconteceu uma profunda crise nas relações entre a URSS e a China no início dos anos sessenta e a divisão do movimento comunista. Porém, ao mesmo tempo que se desmoronava o sistema colonial, os novos países ficavam envolvidos em novas relações de dependência econômica, financeira e comercial, configurando-se uma forma de domínio neo-colonial.

Do ponto de vista da esfera econômica as principais mudanças são:

  • Os "Acordos de Bretton Woods" foram assinados em 1944 para estabilizar e alavancar o desenvolvimento do capitalismo. A partir destes acordos foram criadas o FMI e BM (ou BIRD). Nestes acordos buscava-se encontrar um substituto ao padrão monetário lastreado no ouro. A solução foi fazer do dólar (a moeda norte-americana) a moeda de troca internacional, lastreado no ouro pelo Banco Central norte-americano (o FED). Os acordos de Bretton Woods foram rompidos unilateralmente pelos EUA no ano de de 1971 dando início a atual crise. Também foi criado o GATT no ano de 1947 que depois no início dos anos noventa se transformará em na Organização Mundial do Comércio (OMC).
  • O processo de internacionalização e transnacionalização da produção (a desterritorialização da produção) gera uma nova divisão internacional do trabalho, criando as condições para a industrialização da periferia. A criação de "zonas francas" no interior dos Estados nacionais como mecanismo para atrair os investimentos (p. ex. no Brasil a zona de Manaus; na China tem-se utilizado fundamentalmente dessa estratégia para alavancar o desenvolvimento). Com a internacionalização da produção difunde-se o padrão tecnológico e produtivo fordista que tinha-se consolidado nos EUA ao longo da Segunda Guerra Mundial.
  • O Plano Marshall e o "Estado de Bem-estar" durante os anos dourados do capitalismo. O Plano Marshall fez parte de uma estratégia para conter o avanço do comunismo na Europa, junto com outras medidas tais como a criação da OTAN na Europa e do TIAR, criado no ano de 1947 e conhecido também como Tratado do Rio, na América Latina.
  • A despeito do pacto fordista-keynesiano (conhecido também como pacto social-democrata) -ver Escola Keynesiana- que pretendia integrar aos trabalhadores como consumidores (ver artigo sobre New Deal), reduzindo assim o seu potencial de antagonista do capital, surgem "novos" movimentos sociais. Especialmente importante é o movimento juvenil e estudantil ao longo dos anos sessenta. O movimento juvenil e estudantil está associado à contra-cultura (ver Marcuse), a revolução sexual, o movimento hippie e as mudanças culturais especialmente visíveis no campo da música (ver o festival de Woodstock). Também deve ser destacado a luta pelos direitos civis, fundamentalmente para a comunidade negra nos EUA, liderada por Martin Luther King Junior (1929 – 1968).

América Latina[]

A Doutrina Monroe (a política do Big Stick) e a doutrina bolivariana (Bolívar, o libertador) no século XIX.

A criação dos organismos pan-anamericanos, no quadro da Guerra Fria, na América Latina: o TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Reciproca) em 1947 e a OEA (Organização do Estados Americanos) no ano de 1948.

Outro organismo criado na época é: a CEPAL (Comissão Econômica para América-latina) no ano de 1948, uma instituição das Nações Unidas e que teve grande significação na promoção das políticas desenvolvimentistas. O diagnóstico capalino sobre o subdesenvolvimento trabalha sobre o dualismo moderno-tradicional. Celso Furtado foi um destacado economista que trabalhou próximo das concepções da CEPAL.

Outro organismo pan-americano foi o BID fundado no ano de 1959.

A pesar de derrotado, ao longo do século XIX e XX, o projeto bolivariano aparece revitalizado hoje através da criação de novos organismo como são a ALBA (Aliança Bolivariana para as Américas) en 2004, a UNASUL (União de Nações Suramericanas) em 2008 e a CELAC (Comunidade de Estados Latino Americanos e Caribenhos) em 2010.

O triunfo da Revolução cubana em 1959, o fracasso da invasão da Praia de Girón no mês de abril de 1961 (apoiada pelos EUA) e a Aliança para o Progresso em 1961 (foi até 1970). Na Oitava Reunião de Consulta dos Ministros de Relações Exteriores realizada no balneário de Punta del Este (Uruguai) no ano de 1962, foi aprovada a expulsão de Cuba da OEA. Os EUA iniciam o embargo econômico da ilha.

A revolução cubana provocou um "terremoto" político-ideológico na América-latina que se expressou na proliferação dos movimentos guerrilheiros, que se alimentou fortemente de jovens provenientes do movimento estudantil. O "Che" Guevara (1928-1967) tornou-se um figura emblemática até nossos dias.

A Aliança para o Progresso trouxe como conseqüência a racionalização da gestão do Estado, como por exemplo a prática do planejamento. A formação de uma tecno-burocracia (ver aqui uma tese de doutorado sobre as relações dos EUA e o Brasil a partir da Aliança para o Progresso). Problemas da tecno-burocracia e da democracia. A racionalidade formal ou técnica. O lugar do Assistente Social na equipe técnica: a promoção da participação social. O problema da participação nos programas governamentais: participação efetiva ou manipulação sutil da população.

Breve análise da teoria de modernização[]

A modernização como passagem da sociedade tradicional para a sociedade moderna. As sociedade subdesenvolvidas como sociedades de modernização tardia e incompleta. Modernização social e desenvolvimento do capitalismo. Os problemas sociais como resultado da "falta" de desenvolvimento do capitalismo. O problema da integração social. Durkheim: a divisão social do trabalho e a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica. A anomia como patologia da modernidade (o suicídio como exemplo). Um autor importante da teoria do desenvolvimento, desde uma perspectiva norte-americana e anti-comunista, foi W. W. Rostow (1916-2003) que sustentava que os países da América Latina estavam numa fase de "decolagem", uma das cinco fases, no caminho do desenvolvimento. Esta fase é uma fase de "ruptura" com a sociedade tradicional. ou como dizia-se, de ruptura com as resistências para a mudança.

Um exemplo do pensamento desenvolvimentista é a obra de Celso Furtado (1920-2004), intimamente ligada à questão nordestina (o problema do "atrasso" e o problema dos movimentos sociais camponeses, como por exemplo: Ligas Camponesas (1954)). A SUDENE (1959) é uma expressão concreta da implementação das políticas desenvolvimentistas. No livro Ideologia do Desenvolvimento da Comunidade no Brasil de Safira Bezerra Ammann. 9a. edição, pag. 141) há uma discussão sobre o Desenvolvimento da Comunidade, a SUDENE e as Ligas Camponesas.

Através das políticas desenvolvimentistas, a economia dos países da América-latina se articulam à economia dos países centrais, como economias dependentes e associadas. Este desenvolvimento dependente e associado, se sustenta numa política de atrair capitais como forma de investimento produtivo, se tornando "sócio" menor dos grandes capitais. Esta associação é ao mesmo tempo uma forma de dependência.

A teoria da dependência: As duas correntes 1) Weberiana: Enzo Faletto e F. Henrique Cardoso, 2) Marxista: Ruy Mauro Marini, Theotônio dos Santos e outros.

O Serviço Social[]

O impacto do desenvolvimentismo no Serviço Social: O desenvolvimento e a organização da comunidade como processo de ajuste progressivo entre recursos e necessidades. A participação social como recurso não-convencional nos programas de desenvolvimento da comunidade. A coordenação dos serviços sociais nos programas de organização da comunidade nos EUA pós crise de 1929.

O processo de intervenção: a problemática das necessidades sentidas e as necessidades reais. Características da intervenção profissional:

  • trabalho sobre os recursos: gestão e planejamento e incorporação da participação social como recurso;
  • trabalho sobre as necessidade: tomada de consciência sobre as reais necessidades da população. Trabalho a partir das necessidades sentidas para chegar às necessidades reais: conscientização;
  • problemática do agente externo

Analise da definição de Ander-Egg sobre desenvolvimento da comunidade:



Consideramos o Desenvolvimento de Comunidade como parte integrante do conceito mais amplo, masi geral e completo de Desenvolvimento, e o entendemos como método e técnica que contribui positiva, real e efetivamente ao processo de desenvolvimento integral e harmônico, respondendo fundamentalmente a certos espectos extra-econômicos, em particular psico-sociais, que intervêm na promoção de atitudes, aspirações e desejos para o desenvolvimento.


Traços a destacar:

  • faz parte do desenvolvimento;
  • método e técnica;
  • desenvolvimento integral e harmônico;
  • fatores psico-sociais (extra-econômicos): motivação, desejos e aspirações.

Crítica à idéia de comunidade. A comunidade é um conceito que faz referência a uma sociedade pré-moderna (ou pré-capitalista), caracterizada pelas relações cara-cara e de solidariedade. O desenvolvimento do capitalismo mina as formas de vida tradicionais ou pré-modernas. As sociedades modernas foram erguidas a partir da idéia da autonomia individual (a liberdade individual) como valor supremo que está acima de qualquer outro valor. A liberdade individual pode degenerar em individualismo. Ver por exemplo: este artigo na biblioteca SCielo:

O Serviço Social Tradicional[]

O Serviço Social Tradicional ou Clássico. O Serviço Social Tradicional ou, melhor dito, clássico, está constituído pelos métodos profissionais de caso, grupo e comunidade, e os métodos complementares da administração e do planejamento, e o método da pesquisa. Nele, existe um paradigma de racionalidade, constituído pelo processo de diagnóstico - tratamento (modelo clínico-normativo), tal como fora formulado por Mary Richmond. A racionalidade que está aqui presente, é a racionalidade auto-limitado do positivismo, com a recusa a conhecer os fins-valores últimos da prática profissional. No caso do "método" de comunidade temos um aprimoramento do "método" do diagnóstico-tratamento, expresso na fórmula: pesquisa, diagnóstico, planejamento, execução e avaliação.

Enquanto, nos EUA, desenvolvia-se o Serviço Social, com uma perspectiva clínico-normativa, na América latina, o Serviço Social, na primeira metade do século XX, assumia uma forma basicamente moralizadora. Esta prática moralizadora, é diferente do paradigma racionalista do Serviço Social dos EUA, e também das práticas "higienistas" (que são prática racionalistas e racionalizadoras). Comparação entre o Serviço Social moralizador (agente da caridade) e o Serviço Social modernizador (agente da mudança social). Caráter predominantemente técnico da intervenção profissional na perspectiva modernizadora. Trabalho em relação com as motivações e o comportamento da população visando a integração social.

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